Comportai-vos como Homens
09/09/2011 - 15:43 (Rádio do Moreno)
"Quem quiser ter um amigo em Washington, que trate de comprar um cachorro" desabafou Harry Truman, senador pelo pequeno estado do Missouri que se tornou Presidente dos EUA. Truman estava cansado das intrigas da capital.
As Cortes, hoje capitais, cidades que abrigam as sedes dos governos sempre foram – Shakespeare diz isso em suas obras – centro de intrigas, de calúnias, de brigas, de egos em que, muitas vezes, predomina a trama do mais pérfido e malicioso. Daí, que, se substituirmos Washington por Brasília...
No dia a dia de Brasília, desde os melhores salões da República, até a vida de pessoas que não transitam pelos corredores do poder, o lado negro do ser humano aparece em toda a sua nudez e brutalidade. Em sua sanha desesperada os desalmados acabam colocando na vala comum as pessoas que tentam levar a vida com dignidade e respeito. Não pensem que estou falando isso com o objetivo de defender corruptos com problemas com a justiça. Longe disso! Que estes vão para o inferno!
A reação aos corruptos em Brasília começou no Sete de Setembro quando a sociedade foi às ruas se queixar. Cansada das intrigas cotidianas provocadas pelos Iagos, destruidores de Othelos, manipuladores de inocentes úteis – o número de inocentes é impressionante – que agem assim para adquirir um brilho que não têm; um dinheiro que pertence ao povo; ou subir uma escada que não conhecem; às vezes para dar vazão aos seus instintos perversos; ou dar algum sentido as suas existências desprezíveis.
O sempre eterno Michel de Montaigne escreveu em seus Ensaios "Desempenhai bem e corretamente o papel de homem; onde não houver homens, procurai comportar-vos como um". Aonde vou, carrego comigo esse primor de sabedoria. Não é fácil ser um homem digno na Corte.
Digo a todos que me leem: "Nosso dever é compor nosso caráter... Nossa grande e gloriosa obra-prima é viver adequadamente" como disse o sábio francês, pois "A vida humana é, em qualquer lugar, condição em que muito há de ser tolerado e, pouco há de ser desfrutado".
Os tipos são diversos. Os piores são os dissimulados, muitas vezes alpinistas sociais, que se insinuam na vida dos homens de espírito com um objetivo traçado, o de usá-los como escada. E uma vez conseguido o objetivo, adeus! Para o homem de visão superior, esses tipos não os assustam, eles vão e vêm, são como insetos voando ao redor da luz, e se queimam quando se encostam demasiadamente nos postes, que apenas lhes dão um brilho momentâneo.
Vivemos tempos corruptos e, como diria Falstaff "Esses pobres tempos corruptos precisam de amparo". Algum amparo pode ser encontrado nas obras de alguns autores essenciais a nossa existência. Como os sábios que citei. Quem dá uma resposta merecida a esses indivíduos ambiciosos, que Shakespeare chamava de "Porta quebrada, que dá para ver através deles", é Miguel de Cervantes, que se vinga deles em Dom Quixote: "Acertei contas relativas a ofensas e insultos, corrigi injustiças, puni arrogância, derrotei gigantes e pisoteei monstros".
É assim que o homem de bem devem responder aos Sacos de Vento – seres corrompidos – que nos rodeiam todos os dias, porque no final: "A mente só descansa na solidez da verdade".
Quanto a mim, ainda continuo preferindo a companhia desses raríssimos homens e mulheres de bem, e não pretendo comprar um cachorro, muito embora eu tenha um!
Theófilo Silva é articulista colaborador da Rádio do Moreno.
09/09/2011 - 15:43 (Rádio do Moreno)
"Quem quiser ter um amigo em Washington, que trate de comprar um cachorro" desabafou Harry Truman, senador pelo pequeno estado do Missouri que se tornou Presidente dos EUA. Truman estava cansado das intrigas da capital.
As Cortes, hoje capitais, cidades que abrigam as sedes dos governos sempre foram – Shakespeare diz isso em suas obras – centro de intrigas, de calúnias, de brigas, de egos em que, muitas vezes, predomina a trama do mais pérfido e malicioso. Daí, que, se substituirmos Washington por Brasília...
No dia a dia de Brasília, desde os melhores salões da República, até a vida de pessoas que não transitam pelos corredores do poder, o lado negro do ser humano aparece em toda a sua nudez e brutalidade. Em sua sanha desesperada os desalmados acabam colocando na vala comum as pessoas que tentam levar a vida com dignidade e respeito. Não pensem que estou falando isso com o objetivo de defender corruptos com problemas com a justiça. Longe disso! Que estes vão para o inferno!
A reação aos corruptos em Brasília começou no Sete de Setembro quando a sociedade foi às ruas se queixar. Cansada das intrigas cotidianas provocadas pelos Iagos, destruidores de Othelos, manipuladores de inocentes úteis – o número de inocentes é impressionante – que agem assim para adquirir um brilho que não têm; um dinheiro que pertence ao povo; ou subir uma escada que não conhecem; às vezes para dar vazão aos seus instintos perversos; ou dar algum sentido as suas existências desprezíveis.
O sempre eterno Michel de Montaigne escreveu em seus Ensaios "Desempenhai bem e corretamente o papel de homem; onde não houver homens, procurai comportar-vos como um". Aonde vou, carrego comigo esse primor de sabedoria. Não é fácil ser um homem digno na Corte.
Digo a todos que me leem: "Nosso dever é compor nosso caráter... Nossa grande e gloriosa obra-prima é viver adequadamente" como disse o sábio francês, pois "A vida humana é, em qualquer lugar, condição em que muito há de ser tolerado e, pouco há de ser desfrutado".
Os tipos são diversos. Os piores são os dissimulados, muitas vezes alpinistas sociais, que se insinuam na vida dos homens de espírito com um objetivo traçado, o de usá-los como escada. E uma vez conseguido o objetivo, adeus! Para o homem de visão superior, esses tipos não os assustam, eles vão e vêm, são como insetos voando ao redor da luz, e se queimam quando se encostam demasiadamente nos postes, que apenas lhes dão um brilho momentâneo.
Vivemos tempos corruptos e, como diria Falstaff "Esses pobres tempos corruptos precisam de amparo". Algum amparo pode ser encontrado nas obras de alguns autores essenciais a nossa existência. Como os sábios que citei. Quem dá uma resposta merecida a esses indivíduos ambiciosos, que Shakespeare chamava de "Porta quebrada, que dá para ver através deles", é Miguel de Cervantes, que se vinga deles em Dom Quixote: "Acertei contas relativas a ofensas e insultos, corrigi injustiças, puni arrogância, derrotei gigantes e pisoteei monstros".
É assim que o homem de bem devem responder aos Sacos de Vento – seres corrompidos – que nos rodeiam todos os dias, porque no final: "A mente só descansa na solidez da verdade".
Quanto a mim, ainda continuo preferindo a companhia desses raríssimos homens e mulheres de bem, e não pretendo comprar um cachorro, muito embora eu tenha um!
Theófilo Silva é articulista colaborador da Rádio do Moreno.
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