quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Blog do Stephen Kanitz - Administração no Governo Lula III - O Fim da Âncora Cambial

Comentário do blogueiro sobre o novo artigo do Kanitz:
Prezado e respeitado Kanitz,
Atribuir ao Lula a decisão de trocar a divida interna em dólares por dívida interna em reais é demais para meu coração!!!
Essa estratégia seguramente pertence ao Meirelles, ele e somente ele com o conhecimento técnico que tem.
No entanto, não podemos atribuir somente ao governo passado a geração desta dívida interna em moeda estrangeira (dólares, ienes, libras etc.).
Esses títulos atrelados em moeda estrangeira eram necessários visto que a instabilidade da(s) nossa(s) moeda(s) no passado NÃO permitia o governo lançar títulos nela (qual investidor seria maluco de comprar títulos em moedas que perdiam valor durante o dia??).
Se o governo não lançasse títulos em moeda estrangeira, nunca financiaria o seu elevado custo (custo da máquina estatal, gastos públicos).
Consideremos, então, o endividamento em moeda estrangeira como um passo necessário (doloroso) para assim que a moeda brasileira ganhasse confiança (leva tempo) e força, títulos nominais nela pudessem ser lançados.
Portanto, caro Kanitz, acredito que a abordagem histórica para mostrar o porquê desta dívida seria mais apropriado, mostrando que o amadurecimento econômico do Brasil (com um Banco Central forte) foi embasado no passado e mantido no presente.
Esta virada de 180graus aconteceria mais cedo ou mais tarde por ser uma decisão técnica, não importando o governo que estivesse.
Por isso sou favorável a técnicos na administração pública, não políticos ou seus familiares.
Por isso necessitamos de uma ANP forte e independente, ANEEL idem etc.
Mas isso é outra história e outra discussão...
:-)
(Matéria do Kanitz muito boa e bem explicada, porém elogiosa demais e parcial demais)
 
 
Administração no Governo Lula III: O Fim da Âncora Cambial

Em 2002,  40% da Dívida Interna era em Dólar e não em Real. Era a política da âncora cambial, iniciada em 1994.

Dívida interna deveria ser sempre em real, reza a boa administração financeira e o bom senso, a não ser se sua empresa é uma exportadora, o que governos não são.

Portanto, era má política financeira o Tesouro ter 40% da nossa dívida interna indexada ao dólar, a âncora cambial.

Além da dívida externa que também era totalmente em dólar, o que significava que crises externas desencadeavam também uma crise interna, tornando ambas as dívidas - interna e externa - mais difíceis de serem pagas, como de fato ocorreu no fim do primeiro mandato de FHC.

                                  Ancaora 1

Nestes 7 anos da gestão Henrique Meirelles no Banco Central, mudamos o perfil da dívida interna dramaticamente. Não se pode dizer que foi uma simples continuação da política econômica de FHC, como muitos estão argumentando inclusive aqui nos comentários, porque foi uma mudança de 360 graus como mostra o gráfico abaixo.

Hoje temos um dívida interna  0% atrelada em dólar, 100% em real.

Ancora2

Ou seja, uma crise externa não mais afetará a dívida interna, como ficou provado em 2008.

Como temos reservas expressivas em dólares, financiadas por dívidas internas sem dúvida, o próximo governo, na realidade, receberá uma dívida 140% em Real, e Reservas em dólar de 40%, que entram como redutor da dívida, 140%-40% = 100%.

Ou seja, uma crise externa agora REDUZ A DÍVIDA INTERNA. Em vez de termos dois problemas, não temos nenhum, porque o que perdemos de um lado compensamos parcialmente do outro.

Prova disto é que passamos incólumes a crise de 2008, ao contrário do que previua maioria dos economistas ligados ao PSDB, PMDB, DEM etc. Em vez de pedir socorro ao FMI, como fizemos em 1998, o FMI pediu socorro ao Brasil. Isto não é continuação da política econômica do governo anterior, de forma alguma.

Não estou defendendo a "reeleição" do Lula, nem necessariamente a continuação do governo PT, como alguns estão aqui insinuando.

Estou defendendo que o Lula e Meirelles, não "traíram" o PT mantendo a política "neoliberal" do governo anterior. Pelo contrário, mudaram esta política, com ideias novas, abordagens novas, algo que muitos petistas radicais não estão percebendo.

Estes meus argumentos podem até esvaziar um pouco o discurso da Dilma, no sentido que nenhum governo futuro, acredito, irá reintroduzir a âncora cambial novamente, muito menos criar dívidas INTERNAS atreladas ao dólar. Nunca mais.

Portanto, investidor estrangeiro e brasileiro,fique tranquilo na intranquilidade que talvez teremos em 2010.

Você não precisa sair fugindo comprando dólar e mandando o dinheiro para um banco estrangeiro  (quebrado) no exterior. Você estará mais seguro comprando títulos do governo brasileiro, denominados em reais, como fez Warren Buffet. Preciso dizer mais? 


---------- Forwarded message ----------
From: Stephen Kanitz
Date: 2009/11/5
Subject: O Blog do Stephen Kanitz - Administração no Governo Lula III - O Fim da Âncora Cambial



O Blog do Stephen Kanitz - Administração no Governo Lula III - O Fim da Âncora Cambial


Administração no Governo Lula III - O Fim da Âncora Cambial

Em 2002, 40 % da Dívida Interna era em Dólar e não em Reais. Era a política da âncora cambial, iniciada em 1994. Divida interna deveria ser sempre em reais, reza a boa administração financeira, e o bom senso, a não ser se sua empresa é uma exportadora, o que governos não são. Portanto era má política financeira o Tesouro ter 40% da nossa dívida interna indexadas ao dólar, a âncora cambial. Além da dívida externa que também era totalmente em dólar, o que significava que crises externas desencadeavam também uma crise interna, tornando ambas as dívidas - interna e...


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